Guarda Compartilhada: Teoria e Realidade
A guarda compartilhada, em sua essência, sugere que ambos os genitores mantenham uma participação ativa e igualitária na criação dos filhos após o término do relacionamento conjugal. Na teoria, ela parece ser uma abordagem justa e equilibrada, permitindo que a criança continue a manter vínculos fortes com ambos os pais.
No entanto, na prática, na maioria das vezes, infelizmente, não é assim que funciona.
A Dificuldade das Mães em Criar os Filhos Sozinhas
A maioria das mulheres enfrenta uma série de desafios após a separação, principalmente quando se trata da criação dos filhos.
Muitas vezes, as mães já estavam ativamente envolvidas nas tarefas cotidianas relacionadas aos cuidados e educação dos filhos, o que torna a transição para uma guarda compartilhada mais difícil do que aparenta.
A ausência de uma efetiva participação paterna após a separação sobrecarrega emocional, financeira e fisicamente as mães, afetando o seu próprio bem-estar e o das crianças.
Guarda Unilateral como Necessidade
Em determinadas circunstâncias, a guarda unilateral se apresenta como uma necessidade crucial para a mãe e para a criança. Situações de abuso, negligência, vício em substâncias e outros comportamentos prejudiciais por parte do pai podem colocar em risco a integridade física e emocional da criança.
Não se pode ignorar, ainda, situações de completa ausência de efetiva participação do pai na rotina dos filhos, o que descredencia esse genitor a tomar decisões conjuntas acerca da vida dos filhos.
O que esperar da qualidade das decisões tomadas por um pai que pouco ou quase nada conhece da rotina do filho?
Se o bem-estar da criança é o princípio que norteia as decisões que envolvem a guarda e a convivência, é inadmissível permitir que alguém desqualificado – como um pai ausente – tenha em suas mãos o poder de tomar decisões importantes na vida de uma criança.
Nessas condições, a mãe deve buscar a guarda unilateral como uma medida de proteção para garantir um ambiente seguro e estável para seu filho.
A Mera Fachada da Guarda Compartilhada
Infelizmente, a guarda compartilhada muitas vezes se transforma em uma mera fachada, onde a participação paterna efetiva é mínima ou superficial.
A sobrecarga de responsabilidades recai predominantemente sobre as mães, enquanto os pais, em sua maioria, podem ter a liberdade de se envolver de forma seletiva ou pouco comprometida na vida dos filhos.
Esse cenário não apenas frustra o propósito da guarda compartilhada, mas também perpetua a desigualdade de gênero e a injustiça na divisão das obrigações parentais.
A sua inércia pode custar caro
Aceitar passivamente uma guarda compartilhada quando as circunstâncias indicam claramente a necessidade de uma guarda unilateral pode acarretar riscos significativos para a segurança e o bem-estar das mães e de seus filhos.
Ao subestimar a importância de buscar uma solução adequada às necessidades da família, as mães podem se ver presas em um ciclo de sobrecarga, estresse e desequilíbrio emocional. A falta de intervenção profissional pode resultar na perpetuação de um ambiente prejudicial, seja por exposição a situações de abuso, negligência ou instabilidade que afetem profundamente o desenvolvimento psicológico e emocional das crianças.
Buscar a ajuda de um profissional especializado é fundamental para navegar com êxito pelo complexo cenário legal e emocional envolvido em questões de guarda.
Ao trabalhar em conjunto com um advogado, as mães podem aumentar substancialmente suas chances de alcançar uma decisão que priorize o bem-estar da criança e ofereça a proteção necessária diante de desafios que podem afetar permanentemente a vida familiar.
Em suma, a busca por uma equidade genuína na guarda de filhos após a separação é um desafio constante, especialmente para as mães que enfrentam dificuldades imensas em criar seus filhos sem a efetiva participação paterna.
A guarda compartilhada, quando não é adequadamente implementada, pode se tornar uma fachada enganosa que não reflete a realidade das responsabilidades parentais.
É essencial reconhecer que, em muitos casos, a guarda unilateral é uma medida necessária para garantir o bem-estar e a segurança das crianças.